Você já viu que custos em transportes, precisam utilizar mais de um direcionador de custos? Pois é, esses dois merecem destaque: Km e Horas. Caminhão andando gera custo não é mesmo? Isso é o mais óbvio. Caminhão rodando é caminhão gastando combustível, desgastando pneus, chegando mais próximo de uma revisão... Em função disso muita gente sai fazendo qualquer custo por km. E onde está o erro em se calcular o custo de motorista por km, por exemplo? O erro está no fato de que eu não pago o motorista para rodar X kms por mês. Eu pago o motorista para que ele esteja disponível para trabalhar X dias por mês, Y horas por dia! Então, se eu tiver todos os meus custos direcionados por km, qual vai ser o custo de ir até um cliente a 10 km da empresa e ficar 10 horas por lá? Vai ser o custo de 10 km e pronto. Será que nesse caso os custos de motorista, depreciação e seguro do veículo por exemplo estarão bem alocados? Naturalmente que não. Como é sabido que em uma viagem curta os tempos de preparação do veículo, de carga e descarga e de espera no cliente pesam mais do que em uma viagem longa. Muitas pessoas dizem que o custo por Km é maior em uma viagem curta do que em uma viagem longa. Ok, isso até está certo, mas e como se calcula o custo por km de uma e de outra? Não se calcula! Não tem como nem porque fazer isso. O que é preciso calcular são os custos variáveis por km e os custos fixos por hora! Custos variáveis, aqueles que quanto mais eu rodo mais eu gasto, devem ser calculados por km. Como os exemplos já citados: combustível, pneus, manutenção. Custos fixos são aqueles que a empresa terá de pagar independente se o caminhão rodar 10 ou 10.000 km, devem ser calculados por hora. Como os também já citados: Depreciação, Motorista, Seguro do Veículo e IPVA. E por que por hora? Veja, depreciação acontece ao longo dos anos inevitavelmente. Pode ser que um veículo que rode muito mais do que a média do mercado se deprecie mais, mas como regra a depreciação acontece pelo envelhecimento do veículo. Quando maior sua idade maior sua desvalorização. O motorista, como já falado, é pago para trabalhar X dias por mês. O seguro do veículo e o IPVA são pagos normalmente para o ano. Ano, mês, dia e horas são todas medidas de tempo. Escolhemos horas por uma questão de praticidade na hora de calcular o custo de uma viagem. Vale lembrar que há custos que não devem ser calculados por km e nem por hora. Por exemplo: Pedágio deve ser calculado rota a rota. Seguro de carga deve ser um % do valor da mercadoria transportada. Impostos sobre a receita devem ser um % do valor cobrado no frete. Com os custos unitários calculados através dos direcionadores corretos (custo por km, custo por hora, custo por valor de mercadoria) você estará bem preparado para obter o custo de qualquer viagem. Claro que há a necessidade de se diferenciar veículos e processos nesse cálculo. Ah, depois de calculado corretamente o custo de uma viagem longa e de uma viagem curta, você poderá até ver quanto fica por km cada uma delas, mas isso será apenas um parâmetro de análise. Outro lembrete, nunca trabalhe com custos por tonelada para transporte (no máximo utilize essa medida para movimentação de cargas). No transporte as duas variáveis principais são sempre distância e tempo.